Emma Heming, esposa de Bruce Willis, revelou como o ator de 70 anos continuou atuando em meio à batalha contra a demência frontotemporal. Em seu novo livro, intitulado “The Unexpected Journey”, ela contou que os diretores passaram a reduzir as falas do astro e que um amigo próximo foi chamado para discretamente passar os diálogos a ele durante as filmagens.
De acordo com o Daily Mail, que teve acesso à obra, Heming relatou que esse amigo compartilhava as falas através de um ponto eletrônico usado por Willis. Essas estratégias permitiram que o ator desempenhasse papeis em filmes como “Assassino” (2023) e a trilogia “Detective Knight” (2022-2023), sem chamar a atenção do público para sua condição.
O diagnóstico de Willis foi revelado pela primeira vez em 2022 como afasia, um distúrbio de linguagem que afeta sua capacidade de se comunicar. Em fevereiro de 2023, sua família informou que a doença havia progredido para demência frontotemporal, que afeta a fala, o comportamento e a função cognitiva. Desde então, o ator se afastou dos holofotes.
Em publicação recente no Instagram, Heming disse que escreveu o livro para ajudar outras pessoas que estão passando por um diagnóstico semelhante, oferecendo orientação tanto aos pacientes quanto aos entes queridos. “Eu escrevi o livro que gostaria que alguém tivesse me dado no dia em que recebemos o diagnóstico, sem esperança, sem direção“, explicou.

Ela contou que a família conseguiu encontrar apoio e falou seu verdadeiro objetivo. “Este não é um livro de memórias, é um guia de autoajuda para cuidadores, escrito para criar espaço para nossa tristeza e nossa cura“, detalhou.
Heming e Willis são casados desde 2009 e têm duas filhas: Mabel, de 12 anos, e Evelyn, de 10. O ator também é pai de Rumer, de 36, Scout, de 32, e Tallulah, de 30, do antigo casamento com Demi Moore.
O livro de Heming vem dois anos após uma reportagem do Los Angeles Times detalhar o declínio cognitivo que o astro exibia nos sets de filmagens, antes de sua batalha contra a doença ser revelada e obrigá-lo a se aposentar. Nos três anos que antecederam sua aposentadoria, Willis apareceu em 22 filmes de ação de baixo orçamento, frequentemente chamados de “geezer teaser”. Contudo, nos bastidores, a equipe começou a notar os sinais preocupantes.
“Estava claro que ele não era o Bruce de que eu me lembrava“, disse Jesse V. Johnson, diretor de “Vingança e Redenção” (2022), ao jornal. Durante as filmagens, Willis chegou a perguntar: “Sei por que vocês estão aqui, mas por que eu estou aqui?“. Johnson foi instruído a terminar as cenas com o astro até o almoço para não sobrecarregá-lo. Segundo a publicação, o ator colocou os seus colegas de elenco em risco, no set de “Difícil de Matar” (2020) após disparar errado uma arma carregada com balas de festim.
“Na primeira vez, foi tipo: ‘Sem problemas, vamos recomeçar“, relembrou a atriz Lala Kent. No entanto, quando aconteceu de novo, ela pediu para o diretor que lembrasse Willis da hora certa do disparo. Integrantes da produção confirmaram ao jornal o ocorrido e observaram que sempre tomavam cuidado para manter as pessoas fora da linha de fogo quando o astro manuseava as armas. Ainda segundo o LA Times, os papeis de Willis foram reduzidos, seus dias de filmagens limitados a dois, e suas horas de trabalho encurtadas a apenas quatro horas diárias.
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